Como videogames impulsionam a realidade virtual
No início de junho aconteceu mais uma edição da Electronic Entertainment Expo, a E3. Conhecida como a mais importante feira de videogames do mundo, a exposição acontece desde 1995 em Los Angeles, nos Estados Unidos. Lá são realizados os mais importantes anúncios do mercado: novos games bombásticos, gerações de consoles e tecnologias que prometem ser tendência nos próximos anos. E, em 2016, as apostas estiveram todas concentradas em realidade virtual, uma tecnologia que promete revolucionar não apenas os jogos, mas também outras experiências do cotidiano - desde visitas a imóveis até consultas a tabela fipe carros de forma imersiva.
E não poderia ser diferente. Neste mesmo ano de 2016 foi lançado o Oculus Rift, um dos principais dispositivos de realidade virtual no mercado, vale ressaltar que o facebook comprou a empresa que está desenvolvendo o Oculus Rift. Também já circulam nas lojas outros concorrentes, como o Gear VR, da Samsung, e o HTC Vive, da Valve. E, ainda em outubro, deverá chegar o PlayStation VR, da Sony. Isso sem contar o Project Scorpio, nova versão do Xbox One que terá suporte à realidade virtual — apesar de a Microsoft estar desenvolvendo o HoloLens.
Os números da indústria da realidade virtual nos videogames deverão crescer vertiginosamente. Segundo a SuperData, empresa de pesquisa voltada a jogos, até o final de 2016, o setor deverá movimentar US$ 5,1 bilhões — com mais de 38,9 milhões de dispositivos sendo produzidos.
É um crescimento considerável se pensarmos que em 2015 a cifra estava em torno de US$ 660 milhões. E a expectativa para os próximos anos é maior ainda: em 2017 deverão ser US$ 8,9 bilhões e, em 2018, US$ 12,3 bilhões.
Com grandes marcas entrando no mercado de realidade virtual, os desenvolvedores de games passam a apostar na tecnologia. E essa movimentação é essencial para que essa inovação saia do mundo das promessas e entre no das tendências. Afinal, realidade virtual e videogames são um casal que flerta há anos.
Como a realidade virtual se apoia nos videogames
Não é de hoje que os videogames se voltam à realidade virtual e vice-versa. Já em 1995, por exemplo, a grande aposta da Nintendo era o Virtual Boy, um dispositivo de realidade virtual. No entanto, devido as limitações tecnológicas da época, o gadget foi um enorme fracasso.
Criado por Gunpei Yokoi, responsável pelo Game Boy, o dispositivo tinha duas telas no formato de óculos e funcionava em cima de um tripé. Ele exibia imagens em um 3D meio esquisito e apenas em duas cores, vermelho e preto. Ele ainda era caro: custava US$ 180 — o que em 1995 era bastante. Para piorar a situação, causava muitas dores de cabeça. A Nintendo recomendava jogá-lo por períodos de, no máximo, 30 minutos — e crianças com menos de sete anos não podiam usá-lo.
Após esse grande fracasso com uma empresa grande (em 1995 a Nintendo era ainda maior do que hoje), as companhias ficaram um bom tempo sem investir em realidade virtual. O movimento só voltou com força em 2012, quando o Oculus Rift apareceu no Kickstarter, plataforma de financiamento coletivo.
Na época, quando levantou US$ 2 milhões, o Oculus era vendido como um dispositivo de realidade virtual para videogames. Todo o anúncio era construído em torno de jogos. Foi só em 2014, quando o Facebook comprou a empresa por US$ 2 bilhões, que começaram a falar mais dos outros potenciais que a tecnologia teria.
Hoje, a maioria dos principais dispositivos de realidade virtual são de marcas que investem em videogames, como é o caso da Sony, dona do PlayStation e da HTC, dona da Valve — ambas as marcas estavam apresentando seus dispositivos na E3 2016.
O que apareceu de realidade virtual na E3
A realidade virtual foi a ladra de holofotes durante a E3. E não poderia ser diferente. Após a Sony anunciar data e preço de seu PlayStation VR, garantiu que lançará ao menos 50 jogos adaptados para a tecnologia.
Entre os games que animaram os fãs do PlayStation VR estão “Farpoint”, um game de tiro em cenário futurista; “Resident Evil 7”, que volta a suas origens de terror psicológico; “Batman Arkham VR”, que te coloca na pele do homem-morcego; e “Final Fantasy XV”, a nova versão da famosa franquia de RPG japonês.
Outros jogos já foram lançados também deverão ganhar versão adaptada para realidade virtual. Entre eles, dois dos últimos sucessos da desenvolvedora Bethesda: “Doom” e “Fallout 4”.
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